Boicote Bagelstein - Juntas somos mais Fortes

Somos um grupo de brasileiras residentes na França, que se une em torno de problemas comuns no nosso cotidiano e questões que nos afetam no cenário internacional.

Ontem, uma das integrantes postou imagens de um copo descartável da rede Bagelstein, que causou indignação, levando-nos a refletir sobre a condição e a exploração da mulher brasileira.

Referindo-se, conforme ficamos sabendo depois, ao apresentador do canal M6, conhecido pelos seus documentários que mostram o pior lado da América do Sul, o copo traz impressa a seguinte frase:

“Não dê ouvidos ao Bernardo. No Brasil não há apenas favelas, drogas e putas. Lá existe também um café muito bom”.

Não cabe, aqui, refutar nem debater tais afirmações. Temos consciência dos graves problemas nacionais, do tráfico de drogas, da corrupção, da alta taxa de criminalidade e da exploração sexual de menores. Mas acreditamos que estas tragédias não podem e não deveriam ser usadas como propaganda para vender um produto, seja qual for.

Aqui na França somo confrontadas e lutamos, cotidianamente, contra estereótipos ligados ao Brasil em geral, e à mulher brasileira, em particular. Porque, do “país do futebol, do samba e do carnaval”, começamos a ser vistos como o paraíso das drogas, da violência e da prostituição. E justamente foram estes os pontos realçados pela agência de propaganda que, além de desvalorizar a brasileira, é preconceituosa e reforça a imagem negativa do Brasil e da sua população feminina.

Como mulheres residentes no exterior, travamos uma batalha sem trégua contra o assédio de que muitas de nós somos vítimas, contra comportamentos misóginos e racistas, que esta propaganda de péssimo gosto vem apenas encorajar.

Portanto, não aceitamos as “mil desculpas” divulgada em tuíte pela rede ontem, 8 de dezembro, em tom de total deboche. Porque não, NÃO compreendemos nem concordamos com o tipo de humor utilizado, extremamente ofensivo, deletério e machista.

Nosso objetivo é ode impedir a distribuição dos referidos copos em toda a rede, seja na França, Bélgica, e Luxemburgo, onde a marca tem filiais,

Neste sentido, passamos a tomar as providências necessárias no caso. Denunciamos o abuso nas redes sociais e nos organismos internacionais de defesa de direitos humanos e de gênero, e chamamos um boicote à marca. Contatamos a imprensa brasileira e francesa, as organizações feministas internacionais, a Embaixada e o Consulado Brasileiro, que inclusive, já reagiu com uma carta de protesto. Estamos, ainda, organizando uma manifestação, entre inúmeras outras medidas ao nosso alcance.

#BoycotBagelstein

Assinaturas


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